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Os números em poder da médica Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria Estadual de Saúde, preocupam: em 20 anos, quintuplicou o número de meninas adolescentes que consomem bebidas alcoólicas. Elas já são 46 de cada 100 jovens que bebem, de acordo com pesquisa divulgada ontem. Albertina liga o problema à gravidez na adolescência.
Em 2009, foram 27.796 ocorrências no Brasil, apenas em meninas de 10 a 14 anos. Um caso a cada 20 minutos. No total, 573.712 garotas de 10 a 19 anos ficaram grávidas naquele ano. “Elas bebem cada vez mais e mais cedo”, afirma a especialista. “Bebem para se enturmar e perdem o juízo crítico, com medo de não agradar. Não se protegem e ficam grávidas.”
Para a doutora Albertina, o álcool é mais uma forma de submissão da mulher. De acordo com levantamento realizado com 436 jovens na Capital, 80% dos adolescentes de ambos os sexos já experimentaram bebidas alcoólicas. Destes, 19% consomem a droga pelo menos uma vez por semana.
Segundo a médica, 70% das meninas experimentam bebidas alcoólicas antes de completar 15 anos. “Isso é muito grave”, diz ela. “Se engravidar, a adolescente e o bebê correm riscos. A mãe pode ter parto prematuro, por exemplo, ou gerar bebê com má-formação ou uma criança de baixo peso.”
Outro estudo divulgado pelo governo do estado aponta que 80% dos pacientes diagnosticados como alcoólatras deram o primeiro gole de bebida antes dos 18 anos.
Um dado preocupante, levantado pelo Ibope: 40% dos adolescentes compram bebidas com liberdade no comércio pelo estado.
Para enfrentar o problema, o governo paulista enviou projeto de lei à Assembleia Legislativa prevendo, entre outras medidas, multas de até R$ 87,2 mil e interdição por 30 dias do estabelecimento que entregar ou permitir o consumo de bebidas por menores de 18 anos.
Fonte: Jornal Bom Dia