Tempo de leitura: menos de 1 minuto
A população brasileira, especialmente as mulheres, está consumindo cada vez mais bebidas alcoólicas. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo o estudo, a proporção de pessoas que bebem pelo menos uma vez na semana aumentou em 20% comparada à pesquisa anterior.
O Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) foi baseado em um questionário aplicado em 4.607 pessoas de 149 municípios de todos os estados do país no ano de 2012. Este foi o segundo levantamento sobre o tema. No primeiro foram avaliados 3.007 voluntários, no ano de 2006.
Em 2006, 45% dos adultos entrevistados no Lenad diziam consumir bebidas alcoólicas uma vez por semana ou mais, o que configura um “bebedor frequente”. Em 2012, o número saltou para 54%, o que significa um aumento proporcional de 20% em seis anos, segundo o Lenad.
O crescimento foi maior entre as mulheres: 29% das entrevistadas admitiam beber uma vez por semana ou mais, em 2006, contra 39% em 2012, uma elevação proporcional de 34,5%. Já entre os homens, o índice dos que admitiam beber uma vez ou mais por semana passou de 56% em 2006 para 64% em 2012, crescimento de 14,2% proporcionalmente, de acordo com o estudo.
Em entrevista para o Jornal da Record News, a doutora e professora da Unifesp Ilana Pinksky, que participou da pesquisa, afirmou o que chama atenção nos resultados da pesquisa é o crescimento do consumo pelas mulheres, especialmente de camadas mais pobres.
A especialista alerta que o aumento do consumo do álcool pode significar que os problemas relacionados à bebida vão se intensificar. “O maior problema é o modo como o álcool é metabolizado no corpo da mulher. A mesma quantia representa um maior problema físico comparado ao homem. Elas não ficam apenas alcoolizadas mais rápido, mas podem desenvolver doenças como cirrose e câncer mais rápido do que o homem também”.
Quando o assunto é beber e dirigir, o estudo mostra que a população está mais consciente. Em seis anos, houve uma queda proporcional de 21% entre os que admitem ingerir bebida alcoólica e dirigir – eram 27,5% dos entrevistados em 2006 e agora são 21,6%. A queda, argumenta a doutora Ilana Pinksky, deve-se a fiscalização, porém, ela acredita que se parar a fiscalização, vai voltar a crescer o número de pessoas que dirigem alcoolizadas.