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Aposentadoria, perda de parentes e amigos, internações hospitalares, insônia e tremor empurram, cada vez mais, uma parcela da população idosa para o alcoolismo.
Não importa onde estejam, mas certamente os idosos ou aposentados que habitam os grandes centros urbanos são mais vulneráveis e mais propensos a afogarem as mágoas num copo de álcool.
Tudo para não se sentirem abandonados, num canto qualquer de uma cidade, observando o passar dos dias sem motivação para agirem.
Situação que se agrava porque uma dose de álcool por dia para alguém mais velho e com um organismo já debilitado pode causar problemas cognitivos, como dificuldade de locomoção e fala, e agravar doenças vasculares.
Ao analisar o comportamento de 120 idosos, que procuram o centro de atendimento ao alcoólico e sua família da Fiocruz, os pesquisadores da instituição perceberam que a maioria deles já havia se aposentado e tinha um histórico de perdas.
Em comum, são pessoas que encontraram no álcool um alívio arriscado para a tensão cotidiana provocada pela ociosidade e a ausência de uma tarefa capaz de reconhecer e estimular suas habilidades.
Envelhecimento – O que fazer, então, para solucionar o problema, levando-se em conta que a população brasileira está envelhecendo?
Em 1991, 13 milhões de pessoas tinham mais de 60 anos, total que deve chegar a 20 milhões no Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E a média de crescimento desse universo vem sendo mantida desde 1960.
A dificuldade está em motivar essas pessoas, integrá-las a um grupo social, em que possam enfrentar os mesmos problemas em conjunto, rompendo a solidão que faz com que um copo vazio, cheio de ar, precise do álcool para ganhar densidade.
Fonte: Jornal o Estado de São Paulo – Repórter Carlos Franco