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Toda família que passa pelo drama da dependência química sabe o quanto é delicada e necessária a decisão pela internação do dependente.
Quando não se sabe se esse processo é realmente eficaz, a situação torna-se ainda mais difícil. Porém, é possível diferenciar um trabalho sério – uma estrutura adequada, diferentemente de meros recantos para repouso – de promessas duvidosas; e ainda mais, diferenciar profissionais formados na área da saúde de um trabalho amador.
No auge da discussão sobre o uso e a dependência de drogas, tema que vem sendo veiculado – com razão – pela mídia, registra-se o surgimento de diversas comunidades terapêuticas. Estas, embora tenham a “boa intenção” de ajudar dependentes químicos, na maioria das vezes não contam com estrutura profissional capaz de oferecer tratamento de qualidade, eficaz, e autorizado pelo Ministério da Saúde.
Num outro patamar estão as clínicas de tratamento, com uma equipe de profissionais – psicólogos, psiquiatras, terapeutas – que atuam de acordo com normas previstas pela Organização Mundial de Saúde.
Para a Diretora Clínica do Grupo Viva, psicóloga com especialização em dependência química, Dra. Cláudia Soares, ainda que haja boa intenção por parte de comunidades terapêuticas, elas não mantém estrutura profissional para cuidar de comorbidades psíquicas e neuroquímicas – doenças associadas a dependência, que precisam ser tratadas por profissionais da saúde. “A dependência química é uma doença. Portanto, tem de ser tratada por profissionais”, explica.
Segundo a Dra. Cláudia, pouco mais de 95% dos dependentes apresentam comorbidades que aparecem antes, durante ou após adquirir o vício. “Se não tratamos essas doenças que agem junto com a dependência, não temos resultado nenhum”, diz.
Ex-dependentes
Muitas vezes, as comunidades são criadas por ex-dependentes que saíram do vício e agora querem se dedicar à cura de pessoas que estão nas drogas. “Embora a causa seja nobre, não é assim que funciona.
Cada pessoa tem os seus próprios conflitos, tem sua história, suas experiências. O que vale para um, dificilmente servirá para outros. Por isso, é necessário o trabalho de psicólogos que descobrem o problema e tem meios – adquiridos através de estudos acadêmicos – para tratá-los”, diz.
Para ela, o perigo maior está nos casos em que, baseados no senso comum, líderes de comunidades terapêuticas abusam – sem o devido conhecimento – de termos como “psicose”, “depressão”, característicos do universo do tratamento clínico. “Tem muita gente usando isso sem saber do que fala, simplesmente porque não é profissional da área”, alerta.
Segundo o diretor do Centro Paulista de Recuperação (CPR) de Piedade, Verângelo Soares pertencente ao Grupo VIVA, as pessoas tem de saber diferenciar o trabalho profissional. “Há lugares em que dependentes em estado de abstinência atuam somente para aconselhamento, o que não garante resultado.
Diferentemente das clínicas, preparadas para o tratamento com os melhores profissionais da saúde”, diz. O Grupo VIVA é uma das únicas clínicas de tratamento para dependentes com registro no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES).
Também está em conformidade com a RDC 101 do Ministério da Saúde, que estabelece Regulamento Técnico disciplinando as exigências mínimas para o funcionamento de serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de substâncias psicoativas.
Fonte: Fernando Moraes