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Classificação feita por cientistas britânicos coloca bebida alcoólica perto de heroína. Tabela leva em conta risco de dependência e problemas sociais de cada droga.
O álcool é quase tão prejudicial quanto a heroína, e o tabaco é mais perigoso que a maconha, o LSD e o ecstasy, segundo uma nova tabela de classificação de drogas publicada nesta sexta-feira na revista médica “The Lancet”.
A tabela, desenvolvida por um grupo de cientistas britânicos, classificou a heroína, a cocaína, os barbitúricos e a metadona comercializada nas ruas como as drogas mais nocivas, seguidas de perto pelo álcool, que aparece em quinto lugar.
O tabaco foi avaliado como a nona droga mais perigosa, atrás da quetamina – comumente usada como anestésico de cavalos -, das benzodiazepinas, que são calmantes vendidos com prescrição médica, e anfetaminas.
Segundo esta classificação, a maconha é a 11ª droga mais perigosa. O LSD aparece em 14º e o ecstasy, apelidada de “droga dos clubbers”, em 18º lugar.
A nova classificação se baseou nos danos físicos causados ao usuário, na probabilidade de a droga induzir à dependência e no efeito de seu uso nas famílias, nas comunidades e na sociedade.
Cada uma das três categorias foram divididas em nove grupos de risco e especialistas independentes, inclusive psiquiatras e cientistas forenses, classificaram cada categoria numa escala de 0 (“nenhum risco”) a 3 (“risco extremo”).
A heroína marcou 2,7 pontos na escala e o álcool, menos de 2. O tabaco marcou 1,7 ponto e o ecstasy, 1,1.
Um dos cientistas, o professor Colin Blakemore, chefe-executivo do Conselho de Pesquisa Médica, financiado pelo governo britânico, disse que suas descobertas diferem claramente da classificação existente de drogas no Reino Unido.
“O álcool e o tabaco estão no topo da tabela, sendo que o álcool não está muito longe dos verdadeiros terrores das ruas, como a heroína”, disse.
“Uma visão mais científica é que esses riscos precisam ser avaliados quanto a seu efeito na população inteira”, acrescentou seu colega, o professor David Nutt, da Universidade de Bristol, oeste da Inglaterra.
As drogas de classe A, como a heroína, a cocaína, o crack, o ecstasy e o LSD, normalmente levam a sentenças de prisão de no máximo sete anos. A maconha é uma droga de classe C, enquanto o álcool e o tabaco não têm classificação.
Blakemore disse que os políticos iriam “perceber” que sua tabela difere substancialmente da classificação oficial, que um outro estudo britânico publicado em 8 de março considerou inadequada.
A Comissão sobre Drogas Ilegais, Comunidades e Política Pública informou que a legislação britânica sobre drogas deveria ser substituída por um sistema que reconheça os efeitos danosos à saúde de substâncias como álcool e tabaco no lugar da prevenção de crimes.
Fonte: Globo