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O principal motivo alegado para a proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas dentro dos estádios de futebol é o combate à violência.
E a justificativa tem o aval dos especialistas em dependências químicas ouvidos pelo Jornal do Commercio.
Segundo eles, o álcool, como uma droga psicoativa, tem o poder de tornar uma pessoa bem mais agressiva que o normal.
“O nível de atuação no organismo vai depender de vários fatores, que variam de pessoa para pessoa, como por exemplo a frequência com que o indivíduo faz uso. Mas o álcool modifica as funções cognitivas, alterando o comportamento, o humor e a atitude do ser humano, que pode ficar mais nervoso”, explicou o médico Rômulo Mesquita, especialista em dependências químicas há 18 anos. “Isso em um ambiente geralmente de tensão, como ocorre em um estádio de futebol, potencializa o efeito da bebida”, completou.
Segundo Mesquita, o organismo de uma pessoa que ingeriu três latinhas de cerveja de 350 ml demora, em média, de três a quatro horas para metabolizar todo o efeito da bebida.
A lei seca que vigora no trânsito do País permite, no máximo, a presença de 2 decigramas de álcool por litro de sangue. Com uma lata de cerveja, uma pessoa ingere cerca de 6 decigramas por litro de sangue.
Sobre o suposto aumento do consumo de bebidas alcoólicas pelos torcedores antes das partidas, o médico diz que isso é uma desculpa. “Quem bebe muito do lado de fora, ao entrar vai querer mais bebida. Quanto maior for a facilidade maior será o consumo”, explicou.
Também especialista em dependência, o psiquiatra Carlos Gustavo Arribas também alerta: “Muitas vezes o agressor também se torna vítima, já que muitas atitudes tomadas sob o efeito da bebida não seriam realizadas no estado normal do indivíduo”.
Fonte: Jornal do Commercio