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Estimativas apontam que 13% da população mundial sofrem com o alcoolismo. Diante da gravidade do problema, cada vez mais pesquisadores vêm se dedicando ao estudo do álcool e seus malefícios sobre o organismo. Para investigar os efeitos do álcool e da desintoxicação alcoólica sobre a neoformação óssea e propriedade estrutural do osso, Evelise Aline Soares, da Universidade José do Rosário Velano (UNIFENAS), de Minas Gerais, e colegas desenvolveram uma pesquisa com animais.
Os autores contam em um estudo publicado ano passado na Acta Ortopédica Brasileira que 15 ratos foram divididos em três grupos, cada um com cinco animais. O primeiro recebeu uma dieta líquida à base de álcool etílico a 5% e 10%, nas duas primeiras semanas, e de álcool etílico a 15% da terceira até a décima semana. Um segundo grupo foi submetido ao mesmo regime, porém na quarta semana iniciaram um período de desadaptação gradativa ao álcool. Houve ainda um terceiro grupo (controle) que não foi submetido à dieta líquida à base de álcool. Vale lembrar que todos os animais receberam a mesma dieta sólida e recebiam água.
Após quatro semanas, foram colocados implantes de hidroxiapatita (HAD) na tíbia dos animais e foi produzida uma falha no osso perietal e, ao final das 13 semanas, os autores analisaram os ossos dos ratos.
Eles contam no artigo que os animais do grupo de alcoolista crônico “apresentaram menores valores de neoformação óssea, de calcemia e resistência mecânica, quando comparados aos grupos controle e desintoxicado”. Além disso, os ratos desintoxicados “apresentaram valores superiores em todas as variáveis avaliadas em relação ao grupo alcoolista crônico”, destacam na pesquisa.
Dessa forma, os pesquisadores concluem que “o consumo de etanol na concentração de 15% interferiu negativamente na osteogênese ao redor de implante de HAD, nos níveis de cálcio e na resistência mecânica óssea”. Já a desintoxicação alcoólica demonstrou-se eficaz. Nesse sentido, os autores lembram que os profissionais de saúde devem estar atentos aos hábitos do paciente uma vez que estes podem interferir na osseointegração e no reparo ósseo após fraturas.
Fonte: Wscom