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Um estudo realizado por instituições suecas e americanas reforça o papel da genética na predisposição ao alcoolismo. O trabalho foi publicado na sexta-feira na revista Science.
Na pesquisa, neurocientistas e psiquiatras analisaram o comportamento de 620 ratos que podiam escolher entre uma solução alcoólica ou adoçada. A maioria parava de consumir o álcool depois de ter acesso à bebida açucarada.
O experimento buscou compreender se os animais recorrem ao álcool quando há outras formas de recompensa.
De fato, a maioria preferiu a bebida açucarada, mas cerca de 15% das cobaias apresentaram comportamento classificado como dependência química. Ou seja, além de preferir constantemente o álcool, o grupo manteve a escolha mesmo quando a bebida tinha grande concentração de quinina (substância de gosto amargo). E uma parte insistiu nessa opção apesar de receber choques elétricos nas patas.
A partir desses resultados, os cientistas analisaram imagens de diferentes regiões do cérebro dos ratos ligadas ao consumo de álcool e observaram alterações significativas na área da amígdala central.
O fenômeno foi relacionado à atividade de um gene específico, que pode ter um papel importante na predisposição à dependência química.
O professor Claiton Bau, especialista em genética psiquiátrica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, explica que há uma enorme combinação de fatores que podem levar ao alcoolismo.
“Os estudos com ratos ajudam a compreender as relações entre as variações genéticas, o funcionamento cerebral e o comportamento, já que o cérebro humano é inacessível para esse tipo de pesquisa”, diz.
A associação entre alcoolismo e fatores genéticos não é recente. Desde o final da década de 1990, estudos apontam nessa direção, o que pode levar a novos tratamentos para a dependência.
Quase 6% das mortes do mundo são atribuídas de alguma forma ao consumo da substância, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Fonte: Tododia