Tempo de leitura: menos de 1 minuto
Quando a polícia prende traficantes, pouco tempo depois a droga apreendida é incinerada. Com o fogo, lá se vão pistas importantes que poderiam ajudar na investigação.
A composição química é uma espécie de DNA da droga. É essa informação que a polícia, agora, vai usar para chegar aos traficantes e à origem dos entorpecentes. Será possível identificar não apenas o país produtor, mas até a região de onde vem a droga.
Para isso, a cada apreensão de mais de cinco quilos cocaína ou mais de 50 comprimidos de ecstasy, uma pequena parte vai ser enviada para Brasília e passará por análises no laboratório do Instituto Nacional de Criminalística. Lá, os peritos testam as amostras num equipamento que separa e identifica todas as substâncias químicas.
Na primeira avaliação de uma porção de cocaína, apareceu a mistura de dois potentes anestésicos, um deles muito usado na região norte do Brasil.
“Toda produção de drogas deixa pistas, rastros, que nós chamamos de perfil químico. São resíduos de pequenas quantidades de substâncias que ilustram qual é o tipo de cultura e o procedimento químico utilizado no refino”, explica o perito do IC Adriano Otávio Maldaner.
Os peritos vão receber ainda imagens das drogas apreendidas, que serão cadastradas junto com as informações químicas para criar um banco de dados. Será uma nova ferramenta para o serviço de inteligência da Polícia Federal.
“Essas informações vão levar a um cenário muito mais qualificado, para que a polícia consiga entender realmente como funciona toda a questão do tráfico internacional e dentro do Brasil”, afirma Maldaner.
Fonte: Correio do Povo