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Conseguir realizar uma prova de corrida é uma superação. Mas para Ana Flores, participar do Revezamento Volta à Ilha, em Santa Catarina no último dia 11, foi realizar o sonho de voltar a correr após vencer a dependência de álcool – vício que a afastou do esporte por 20 anos.
“A minha recuperação em abandonar o álcool foi uma determinação de começar o tratamento e terminar, se curar. A corrida é mesma coisa. Você inicia e busca terminar. É uma vitória quando se chega ao final. Todos somos vitoriosos quando conquistamos um objetivo, seja qual for”, compara Ana.
Quando adolescente, Ana morava em Brasília, praticava atletismo e se destacava na prova de 800 metros, mas ao 20 anos, começou a beber e nove anos depois era alcoólatra. Desse tempo, ela não guarda mais fotografias, ela não mais corria, ela se sentia sozinha.
“Perdi toda a perspectiva do atletismo. A alegria de correr e de viver, aquele prazer. A bebida me levou para o fundo do poço”, lembra a atleta amadora.
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Mas Ana deu a largada para a recuperação. Começou e passou por cinco anos de dificuldade. O suicídio chegou a ser escolha em momentos de desespero. Até que com a ajuda do irmão, Ana reencontrou o caminho do esporte que serviu de motivação para focar energia e tempo.
“Meu irmão foi o grande professor. Insistiu para que eu voltasse a correr e me inscreveu a em uma corrida em Curitiba. Cheguei em último, mas as pessoas dos prédios gritavam, “vai lá, você consegue” — e isso me ajudou”, comenta.
Dez anos depois daquela corrida em Curitiba, Ana é professora de Educação Física. Está de bem com a vida e cercada de fotografias. Com 50 anos, participará do Revezamento Volta à Ilha e treina para provas maiores.
“Durante quase 20 anos, não tenho histórias registradas. Mas voltei a ter fotografias na minha vida e cada largada é a certeza da recuperação, da bebida”.
Ana Flores fala mais sobre sua superação no vídeo produzido pelo Diário Catarinense. Veja aqui.