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Quantas vezes você já ouviu alguém dizendo e se vangloriando por “saber beber”, por não ter ressaca?
E falar que está “louco” pra tomar “uma” para tirar o stress, para ficar mais descontraído ou para se sentir melhor?
Muitas, com certeza. Partindo deste ponto fica claro que, para muitos, beber é algo “bonito” e que trás apenas benefícios.
Maconha e cocaína, por exemplo, não são toleradas, mas o álcool sim.
E por que acontece isso? A bebida alcoólica pode ser considerada uma das piores drogas, pois ao contrário das drogas ilícitas, que destroem o usuário, que sabe o mal da substância que usa, mais rapidamente o álcool que é aceito e até estimulado pela sociedade vai acabando com a pessoa aos poucos e de forma cruel, mostrando seu poder quando a dependência já ocupou a vida do usuário.
As propagandas de bebidas alcoólicas prezam pelo prazer da bebida, pela “parte boa” do consumo.
Os “bebedores” de plantão sempre se sentem superiores ao beber e em relação à bebida, mas, na verdade, superiores e inteligentes são os fabricantes do álcool que não divulgam seu produto mostrando um alcoolista no final da noite, transando as pernas, nem a pessoa acordando após uma noitada regada a muito álcool, com aquela cara amassada e nada estimulante.
Usam lindas pessoas, com corpo escultural que pede ou toma a dose do produto e começa a diversão.
O contato com a bebida começa cada vez mais cedo e, muitas vezes, com apoio dos pais. Um filho que vê um pai sempre bebendo e cercado de amigos, acaba achando aquilo certo e tem orgulho de “saber” beber cada vez mais.
Homens acham que o fato de beber representa masculinidade e as mulheres acham que é sensual. E o grupo de amigos apóia e colabora para essas atitudes. São comuns fotos com pessoas com uma lata de cerveja na mão fazendo caras e bocas de felicidade, fotos mostrando a pessoa alcoolizada, e tudo é compartilhado como se fosse uma glória.
O orgulho de beber está presente em todas as situações antes e depois da ingestão da bebida alcoólica. Os preparativos são sempre com sorriso no rosto e o plano é o de “encher a cara”, e o pós é quando a pessoa acorda de ressaca e ainda enche a boca para dizer: ”Ontem eu bebi muito”, sempre seguido de risos de satisfação.
Para a sociedade a diversão vem sempre junta com o uso do álcool e se a pessoa não bebe é tratada como um ser de outro planeta que, para muitos, não tem momentos felizes e não se diverte nunca. Os homens fazem festas só com bebidas, de todos os tipos, as mulheres já participam de clubes destinados ao consumo de bebidas alcoólicas como o “Clube da Cachaça” e fazem isso para também poderem se “divertir”.
A dependência química do álcool acomete uma grande parcela da população, mas a maioria dos casos não são expostos, nem aceitos. É difícil alguém aceitar que é dependente, ou seja, doente, de bebidas alcoólicas e por isso as conseqüências podem ser piores do que problemas relacionados ao fígado e outros órgãos que sofrem com a ação do álcool.
Essas conseqüências não são sentidas apenas pelos alcoolista, pois basta prestar atenção nos índices de acidentes de trânsitos e se deparar com números alarmantes de casos relacionados à ingestão de álcool.
A resposta da pergunta se beber é “bonito” fica ao critério de cada um, mas pense, reflita no que pode ser realmente belo na vida e, acredite, o álcool é uma droga como outra qualquer. Paremos de pensar que cocaína, maconha e crack são “feios” e a bebida alcoólica é “bonita”.