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Segundo o artigo “Fatores de risco para dependência de álcool em adolescentes”, há evidências de que o álcool é a droga mais consumida entre os adolescentes. O objetivo do estudo foi identificar esses fatores que contribuem para a dependência do álcool na adolescência.
O artigo foi publicado este ano na Acta Paulista de Enfermagem e tem como autores Leandro Rozin, do programa de pós-graduação em Biotecnologia aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente, e Ivete Palmira Zadonel, professora do mesmo programa de pós-graduação, Ambos fazem parte da Faculdade Pequeno Príncipe – FPP – Curitiba (PR).
Durante a adolescência, o indivíduo deixa de viver apenas com a família e passa a se inserir em grupos sociais como forma de identificação pessoal, informam os autores no artigo. Os pesquisadores descrevem que para muitos adolescentes a inserção no meio social apresenta situações diversas que não tinham sido presenciadas antes, como o contato com o álcool. “Esta é uma droga socialmente aceita por todos os níveis sociais, de fácil acesso e possibilita, conforme suas reações iniciais bem-estar instantâneo como forma de resolução de incertezas e conflitos, mas também para comemorar momentos felizes e agradáveis”, afirmam.
Os autores dizem no artigo que quanto mais precoce for o consumo da droga, maior será a probabilidade de o adolescente torna-se dependente. Além disso, o uso constante da substância cria no organismo uma tolerância à droga e, consequentemente, é preciso aumentar as doses para proporcionar satisfação, explicam. Desta maneira, o aumento do consumo da bebida alcoólica desenvolve a dependência da mesma, alertam.
“Os fatores de risco para dependência estão relacionados ao início precoce do uso, influência da mídia, relacionamento conturbado com os pais, uso por membro da família, abuso sexual, violência doméstica, baixa autoestima, curiosidade, pressão de colegas, entre outros”, informam. Ainda há fatores como exposição genética, neurobiológica, comportamentais – personalidade –, os quais predispõem o início e a continuidade do uso da substância, acrescentam. “Com o passar dos anos, a dependência de álcool instala-se no indivíduo e é identificada quando há perda do controle de decisão sobre o beber e sofrimento com os sintomas de abstinência da droga”, lembram os autores.
De acordo com os pesquisadores, no Brasil, as ações públicas de saúde possuem foco descentralizado “como forma de estar mais perto da população, e intervirem nas problemáticas identificadas”. “Dessa forma, cabe aos serviços e profissionais de saúde, com maior proximidade da população, intervir com educação em saúde e acompanhamento dos adolescentes expostos aos riscos, bem como de suas famílias e atuar no controle do uso de álcool”, explicam no artigo. Neste caso, é necessário realizar um levantamento individualizado através do diagnóstico comunitário na área de abrangência da atuação da equipe de saúde para identificar os sinais precoces.
Para os autores, os serviços de saúde devem incorporar estratégicas preventivas de identificação de riscos para a dependência, controle e acompanhamento específicos para os adolescentes dependentes. “As ações preventivas tornam-se possíveis, quando há efetivamente profissionais capacitados que assistam individualmente e/ou em grupos essa faixa etária, no sentido de intervir nos fatores de risco relacionados aos aspectos familiares, psicológicos e sociais”, finalizam no artigo.
Fonte: Jornal O Serrano
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