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Vender bebida alcoólica em estádios de futebol durante partidas das séries A e B do Campeonato Brasileiro está proibido. A decisão consta de um protocolo de intenções assinado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o Conselho Nacional de Procuradores Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG).
A medida pretende reduzir a ocorrência de episódios de violência nos estádios. O acordo foi celebrado em 24 de abril e confirmado em 6 de maio. Com a decisão, torcedores não poderão consumir álcool dentro dos estádios.
No entorno, porém, a CBF não tem poder para evitar a venda de bebida, o que só poderá ser feito mediante criação de lei estadual.
Em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul já há leis proibindo o consumo de bebidas alcoólicas em estádios. No Ceará e em Minas Gerais a proibição também existe, mas por força de Termos de Ajustamento de Conduta firmados entre as federações de futebol locais e o Ministério Público. O problema é fora dos estádios. Impedidos de consumir dentro do centro esportivo, torcedores costumam chegar mais cedo para beber do lado de fora.
“Nas imediações os ambulantes normalmente estão irregulares. Por isso vamos contar com o apoio da Polícia Militar e da prefeitura para coibi-los. Em relação ao entorno, cada estado vai ter que buscar uma lei.
Em São Paulo tem uma lei, que impede a venda nos estádio e na redondeza, mas que, infelizmente, até hoje não foi regulamentada”, diz a O GLOBO ONLINE o promotor Paulo Castilho, do Ministério Público estadual de São Paulo, favorável à medida para combater os torcedores violentos.
O promotor destaca que o esporte tem a missão de levar os jovens, principalmente, a práticas saudáveis e afastá-los do álcool.
“O Estado tem que fomentar a cultura e o esporte e afastar o jovem da bebida alcoólica. Esta é a nossa luta”, afirma.
No Rio, onde não há lei estadual sobre o tema, a federação de futebol apóia a medida da CBF. O presidente da Federação de Futebol, Rubens Lopes, diz que nas competições estaduais também será proibido vender bebida alcoólica.
“Sou francamente a favor da medida. Mas ela depende do Poder Público também”, lembra Lopes. “Já oficiei à Procuradoria Geral do Estado o interesse de assinar o mesmo protocolo que a CBF assinou para o campeonato estadual. O entorno é com a Prefeitura. Se o sujeito tem alvará para vender, o que vamos fazer?”, comenta.
O presidente da Federação do Rio, porém, questiona:
“O que a gente precisa saber é se isso verdadeiramente influi na violência nos estados. O futebol mais violento do mundo, que era o da Inglaterra, acabou com a violência e continua a vender bebida alcoólica. Nos estádios ingleses vende-se bebida e, no entanto, não tem nem alambrado separando o campo da arquibancada.
O problema não sei se é a bebida. É, sim, o bêbado. A sanção não é tão forte quanto deveria ser para quem consome álcool e faz besteira. Mas, enquanto isso, acho que a proibição pode ser uma saída”.
Fonte: Pernambuco Online