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Promover a saúde e a prevenção ao uso de bebidas alcoólicas na Sociedade indígena Paresí.
Esse é o objetivo do Projeto de prevenção ao alcoolismo que está sendo realizado dentro das comunidades dessa etnia em Mato Grosso.
A questão do alcoolismo dentro das terras indígenas é um dos fatores que mais preocupam as autoridades e lideranças indígenas e vem sendo objeto de discussão há anos.
O Projeto vem criando estratégias de ação, que através de uma equipe multidisciplinar vem tentando sensibilizar as comunidades Paresi sobre os problemas de saúde ocasionados pelo álcool e também sobre perda da identidade indígena.
Com viagens a doze aldeias, a equipe do projeto realiza palestras, oficinas, e está elaborando uma cartilha que traz em seu conteúdo o material produzido nos encontros com os indígenas. Também está sendo preparado um vídeo que será usado até o final do projeto, em dezembro de 2008.
O projeto nasceu da preocupação do cacique João Arrezomaé. Nas conversas com os indígenas nas aldeias, ele tem questionado sobre o problema da inserção de bebidas alcoólicas em rituais do Povo Paresí. Arrezoamé se mostra preocupado com o fato que pode trazer grande perda na identidade cultural do seu povo. Segundo Arrezomaé, esse problema está bastante relacionado aos jovens Paresí, que estão em constante contato com a população não indígena.
Jovens da Aldeia Formoso, que participam do Projeto, contam que a aldeia já teve um alto o índice de consumo de bebida alcoólica, mas devido às palestras realizadas na comunidade, esse número foi diminuindo e agora a expectativa é que se elimine o uso excessivo de bebida alcoólica em área indígena.
A identidade dos participantes do Projeto é sempre resguardada, pois segundo a equipe, esse é um processo de conscientização e tratamento do alcoolismo. Nas palestras são utilizadas dinâmicas que trabalham a auto-estima e discutem questões culturais e o consumo do álcool por indígenas em todo o território nacional.
Já os mais velhos apontam que o Projeto já conseguiu minimizar o consumo do álcool em muitos eventos que acontecem nas aldeias, como os torneios de futebol.
Segundo Luis Alberto Pereira, coordenador do Projeto, o grande problema é que o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não está preparado para trabalhar com a questão do alcoolismo em comunidades indígenas. Luiz Alberto explica que o projeto conta com um médico voluntário na ação. “Como o sistema de saúde indígena – Distrito Sanitário Especial Indígena – também não está preparado para ações nessa área, enfrentamos, no início, problemas com pacientes que não sabiam a quem recorrer”, explica ele.
Luiz Alberto finalizou dizendo que o grupo de trabalho espera que nos próximos meses se consolide a equipe de saúde mental do Distrito Especial Indígena de Cuiabá e, assim, se possa criar espaços de referência e ações de fato especificas para a resolução do alcoolismo dentro das comunidades Indígenas.
O projeto é financiado pelo VIGISUS (convênio entre Banco Mundial e o Governo Brasileiro). Atualmente a técnica de enfermagem e estudante de Enfermagem Ândrea Luciano é a pessoa responsável pelas ações nas aldeias e tem auxiliado de sobre maneira os Paresí. Ela trabalha nessa ação como voluntária. O período de Execução é de dezembro de 2007 a dezembro de 2008 .
Fonte: Redação 24HorasNews