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O álcool é produzido a partir do etanol – uma substância depressora do sistema nervoso central (SNC) e afeta diversos neurotransmissores no cérebro, entre eles, o ácido gama-aminobutírico (GABA) e o glutamato.
GABA
O ácido gama-amino-butílico é o principal neurotransmissor inibitório do SNC. Existem dois tipos de receptores desse neurotransmissor: o GABA-alfa e o GABA-beta, dos quais apenas o GABA-alfa é estimulado pelo álcool. O resultado é um efeito ainda mais inibitório no cérebro, levando a pessoa ter uma sensação de relaxamento. Diversas partes do cérebro são afetadas pelo efeito de torpor do álcool. A interação entre o etanol e o receptor para o GABA foi mais bem estabelecida a partir de estudos que demonstraram haver redução de sintomas da síndrome de abstinência alcoólica pelo uso de substâncias que aumentam a atividade do GABA.
Glutamato
O glutamato é o neurotransmissor excitatório mais importante do cérebro humano, parecendo ter um papel crítico na memória e na cognição. O álcool também altera a ação sináptica do glutamato no cérebro. Durante a abstinência alcoólica, os receptores de glutamato, que estavam habituados com a presença contínua do álcool, ficam hiperativos, podendo desencadear de crises convulsivas a acidentes vasculares cerebrais (ACVs).
Pesquisa do Instituo Salk e da Universidade da Califórnia
As membranas das células nervosas contêm proteínas chamadas canais iônicos que permitem a passagem de substâncias importantes, como potássio e sódio, do meio extracelular para o intracelular.
Em contato com o etanol, o canal Girk é aberto. Nesse momento, as células eliminam íons de potássio e reduzem sua atividade. O cérebro fica mais “lento”, provocando no organismo a sensação de entorpecimento.
Outros neurotransmissores
O álcool estimula diretamente a liberação de outros neurotransmissores como a seretonina e endorfinas, que parecem contribuir para os sintomas de bem-estar presentes na intoxicação alcoólica. Mudanças em outros neurotransmissores foram menos observadas.
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Danos do álcool ao cérebro
Dificuldades em andar, visão borrada, fala arrastada, tempo de resposta retardado e danos à memória. Uma série de fatores podem influenciar o como e quando o álcool afeta o cérebro:
- Quantidade e frequência de consumo de álcool;
- Idade do indivíduo, nível de educação, gênero sexual, aspectos genético e histórico familiar de alcoolismo;
- Risco existente de exposição pré-natal ao álcool;
- Condições gerais de saúde do indivíduo;
- Idade de início e o tempo de consumo de álcool.
Fontes: Centro de Informações sobre Saúde e Álcool e Paul Slesinger/ Laboratório de Peptídeos do Instituto Salk para o site Ler Saúde.