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O medo de ser preso ou a possibilidade de ter o carro apreendido está fazendo com que o motorista pense duas vezes antes de dirigir alcoolizado.
Pelo menos é o que garante o Ministério da Saúde, que divulgou ontem pesquisa mostrando redução de 32% no número de motoristas que dirigem alcoolizados, nos quatro meses de vigência da Lei Seca.
O levantamento foi feito em 26 capitais brasileiras, inclusive Belo Horizonte, nos meses de julho e agosto deste ano, pelo Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Vigitel).
No entanto, números da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram que houve aumento de 10,74% nos acidentes nas rodovias federais do Estado – no país, a alta foi de 10% -, entre 20 de junho e 20 outubro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
No ano passado, a estimativa do Ministério da Saúde era de que 150 mil motoristas se arriscavam diariamente ao volante depois de beber. Pelo levantamento feito em julho e agosto, a projeção diária é de que 102 mil pessoas insistem em burlar a nova legislação.
“Os dados já indicam mudança no comportamento do motorista brasileiro. Há maior responsabilidade, e essa aparente mudança pode ter sido motivada pelo debate na sociedade sobre os riscos individual e coletivo de dirigir embriagado, além da maior fiscalização”, disse Deborah Carvalho Malta, coordenadora-geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Departamento de Análise de Situação de Saúde do Ministério da Saúde.
O perito criminal Paulo Ademar de Souza Filho, especialista em acidente de trânsito, afirma que o aumento de acidentes nas rodovias federais se deve a falhas da fiscalização no interior do Estado, onde praticamente não existe bafômetros.
“As pessoas das grandes cidades estão deixando de beber com medo de serem presas, mas, no interior, esse risco parece ser bem menor”. Segundo o Ministério da Saúde, no primeiro levantamento nacional sobre padrões de consumo de álcool na população brasileira, realizado em 2007, 40% das pessoas entre 18 a 34 anos admitiram beber em forma de “binge”.
Ou seja, não temiam os riscos, em curto espaço de tempo. A classificação “binge” deixa a pessoa exposta a uma série de problemas de saúde e sociais, sendo o acidente de trânsito o mais comum, além de envolvimento em brigas, vandalismo e sexo sem segurança.
Levantamento do Ministério da Saúde revela que morreram no Brasil, em 2006, 35.155 pessoas em acidentes de transporte terrestre.
Fonte: Hoje em Dia – MG