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Foi-se o tempo em que os clientes assíduos dos bares eram exclusivamente do público masculino. Ao reivindicar os “direitos iguais” perante os homens, a conduta da mulher contemporânea que segue um padrão considerado masculino: o consumo demasiado de bebidas alcoólicas. Já é possível afirmar que as mulheres frequentam bares com a mesma constância que os homens, e acabam exagerando na quantidade da bebida, contribuindo para o aumento das estatísticas.
Uma pesquisa realizada há 15 anos e atualizada a cada dois anos pela Universidade Federal de Minas Gerais, (UFMG), revela que dentre as mais de 50 mil pessoas entrevistadas, as jovens entre 10 e 18 anos lideram o ranking dos consumidores de substâncias etílicas. O coordenador do estudo e professor de Neurociência da UFMG, Amadeu Roselli Cruz, acredita que um conjunto de fatores culturais e sociais favorece esse comportamento. “Hoje, as mulheres ocupam cargos importantes, são empresárias e sustentam a família. Logo, as jovens visualizam esse novo perfil e consomem bebidas alcoólicas cada vez mais cedo”, revela.
O Brasil segue a tendência mundial e registra índices alarmantes. Neste estudo, o critério adotado para a análise dos entrevistados foi a frequência e quantidade de bebida ingerida entre as jovens. As meninas com idade entre 10 e 14 anos representam um percentual um pouco mais baixo, cerca de 30%. Já as jovens de 15 a 17 anos disparam com 55% e já é possível afirmar que as garotas já bebem mais do que os meninos da mesma faixa etária.
Em grandes metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, o índice do alcoolismo entre as jovens é mais alto do que em cidades menores. Isto porque o fácil acesso à estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas permite às jovens comprar em excesso o tipo e quantidade desejada. “Hoje, tanto as adolescentes quanto as adultas bebem sozinhas pelo simples fato de buscarem diversão e, se não há companhia, se alegram da mesma forma, desde que a bebida seja sua companheira da vez”, explica o Prof. Amadeu Cruz.
Alcoolistas do futuro
O comportamento adotado pelas jovens brasileiras tende a refletir as futuras estatísticas. Assim como os homens, as mulheres têm encontrado pretextos para beber e seja um promoção no trabalho, o término de um relacionamento ou algum outro acontecimento pouco relevante é motivo para sair para beber.
Segundo o especialista, o fator “independência” é o que tem mais chamado a atenção na pesquisa e revela também que, não existe correlação entre o hábito do consumo alcoólico e indícios sociais, como situação financeira, escolar e cultural. “Não há distinção entre os tipos de jovens e mulheres que bebem. Inclusive, a maioria delas apresenta comportamentos saudáveis. A maior questão envolvida é realmente o desejo de ostentar este âmbito masculino”, diz.
Na tentativa de restringir a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, a cidade de São Paulo intensificou a fiscalização em bares, padarias, supermercados, restaurantes, entre outros. Mediante o flagrante do responsável por esses locais, será cobrada uma multa e interdição de 30 dias do estabelecimento. Ações como essa visam reduzir o consumo de álcool entre os mais jovens e suscetíveis alcoólatras de amanhã.
Fonte: Bonde News
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Ações como essa são fiscalizados por qual ou quais órgãos? De quem é a atribuição fiscalizadora?
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