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O consumo regular de bebidas alcoólicas é uma prática comum entre os professores do Ensino Médio. Foi o que indicou uma pesquisa feita por acadêmicos do 3º ano do curso de Medicina da Universidade Federal do Pará – UFPA, onde 56,57% dos 76 profissionais entrevistados eram usuários de álcool.
Os números também apontaram que os professores de escolas particulares bebem mais do que os das escolas públicas e que o cansaço físico e mental e o estresse estão entre os principais agravos na saúde dos professores.
Apresentada no V Congresso Paraense de Gastroenterologia, a pesquisa foi realizada por meio de um questionário de múltipla escolha aplicado em duas escolas, uma da rede pública e outra particular, e somente entre professores que atuam em sala de aula, excluindo os que exercem funções administrativas.
Dentre os professores que consumiam álcool, 53,48% declarou consumo moderado; 39,53% disse beber pouco; enquanto 6,97% declarou beber muito. Considerando separadamente o universo dos professores das redes pública e privada, os números mudam um pouco. Na segunda, o consumo de álcool é consideravelmente maior: 78% dos professores, enquanto que dos entrevistados da escola pública, eram apenas 41%.
Dos consumidores de bebidas alcoólicas, 41% queixaram-se de problemas digestivos. No entanto, os pesquisadores identificaram que houve maior concentração desse tipo de sintoma – 52%, entre professores abstêmios.
“Deduzimos então que esses problemas tenham mais a ver com as condições de trabalho em que eles atuam, porque têm muitas aulas, às vezes precisam sair correndo de uma escola para outra e não têm tempo para comer adequadamente, acabam caindo no fast-food, comem mal, rápido, não têm tempo para descansar depois da refeição”, diz Leandro Bahia, um dos estudantes responsáveis pelo trabalho.
Estresse, rouquidão e dor de garganta, cansaço, dores nas pernas e na coluna também estão entre as principais reclamações dos professores entrevistados. Sintomas que se relacionam com as especificidades da profissão e a grande carga de trabalho.
Na instituição privada, a carga horária média correspondeu a 47,2 horas semanais e na instituição pública alcançou 42,5 horas semanais. A maioria leciona em até duas escolas. Do total de entrevistados, quase 82% consideraram a vida de professor muito estressante. Quase 62% creditaram isso ao excesso de aulas, enquanto que 59,21% reclamaram também do número grande de alunos.
Fonte: O Liberal – PA