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O consumo frequente e em excesso de bebidas na época da faculdade pode causar mudanças imediatas na circulação que aumentam o risco de desenvolver doença cardiovascular mais tarde na vida, de acordo com pesquisa publicada no Journal of American College of Cardiology.
A pesquisa revela que bebedores compulsivos tinham comprometimento da função dos dois principais tipos de células (endotélio e músculo liso) que controlam o fluxo de sangue.
“Bebedeira regular é um dos mais graves problemas de saúde pública enfrentados nos campus universitários. Esse hábito é neurotóxico e nossos dados confirmam que pode haver consequências cardiovasculares graves em jovens adultos”, afirma o autor sênior Shane A. Phillips, da Universidade de Illinois, em Chicago.
Estudantes universitários com idades entre 18 e 25 anos têm as maiores taxas de episódios de bebedeira, com mais da metade se envolvendo no consumo excessivo de bebidas regularmente.
Estudos anteriores descobriram que consumo excessivo entre adultos em idades de 40 a 60 anos está associado com aumento do risco de acidente vascular cerebral, morte súbita cardíaca e ataque cardíaco, mas o efeito sobre os adultos mais jovens não foi estudado.
Os pesquisadores analisaram dois grupos de estudantes universitários não fumantes saudáveis: um que tinha um histórico de bebedeiras e outro que se abstiveram de álcool.
A bebedeira foi definida como consumo de cinco ou mais bebidas de tamanho padrão, em um período de duas horas para homens e quatro ou mais bebidas de tamanho padrão em um período de duas horas para o sexo feminino.
Em média, os alunos que consumiam bebidas em excesso fizeram isso seis vezes por mês a cada mês ao longo de quatro anos. Abstêmios foram definidos como não tendo consumido mais de cinco bebidas no ano anterior.
Os alunos também foram questionados sobre sua história médica, dieta, histórico de abuso de álcool na família e frequência de consumo excessivo de álcool.
Os resultados mostraram que os bebedores compulsivos tinham comprometimento da função dos dois principais tipos de células (endotélio e músculo liso) que controlam o fluxo de sangue. Estas alterações vasculares foram equivalentes a deficiência encontrada em indivíduos com histórico de consumo pesado diário de álcool e pode ser um precursor para o desenvolvimento de aterosclerose, ou endurecimento das artérias, e outras doenças cardiovasculares, como ataques cardíacos e derrames.
Bebedores em excesso não tiveram aumento da pressão arterial ou colesterol, que são fatores de risco bem estabelecidos para doença cardíaca, no entanto, tanto a pressão arterial elevada quanto o colesterol causam alterações na função vascular semelhante às que os alunos demonstraram.
“É importante que os jovens entendam que o consumo excessivo é uma forma extrema de bebedeira e está associada com consequências sociais e médicas graves”, afirma a coautora Mariann Piano.
De acordo com os investigadores, mais estudos são necessários para determinar se o dano causado pelo consumo excessivo de álcool na vida adulta pode ser revertido antes do aparecimento da doença cardiovascular e para determinar o prazo de início da doença.
Fonte: Isaúde