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Um estudo realizado pela Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas), da Unifesp, em um pronto-socorro de Embu das Artes revelou que 21% dos 80 indivíduos que tentaram o suicídio ingeriram álcool até seis horas antes.
A pesquisa, de autoria da psiquiatra Alessandra Diehl Reis, apontou, ainda, que além do consumo de álcool antes da tentativa, maconha e cocaína também estiveram presentes em 7,5% dos casos analisados.
A dependência de alguma substância psicoativa foi relatada em 10% dos casos analisados pelo estudo.
“Não podemos apontar o álcool ou a droga isoladamente como um único fator que leva a pessoa a tentar ou cometer suicídio”, explica a psiquiatra. “A maioria dos casos envolve um transtorno psiquiátrico em evolução, tipicamente tratável. Em metade desses casos, estima-se que haja um transtorno maior de humor, isolado ou complicado por algum outro problema, como o abuso do álcool e ou de outras drogas”, esclarece.
19% visitaram médico um mês antes – De acordo com a psiquiatra, as equipes de saúde em geral encontram muita dificuldade para enfrentar, interpretar e resolver as tentativas de suicídio. “Parece que a compreensão cultural do suicídio, inclusive dos profissionais da saúde, é oposta e conflitante com a idéia de que esta pessoa está manifestando alguma doença psiquiátrica e, portanto, necessita de ajuda e tratamento”, afirma Diehl.
“Prevalece, na maioria das vezes, o sentimento de que o suicida faz aquilo simplesmente porque quer”.
Entre os fatores que podem servir de alerta e serem considerados de risco para uma pessoa tentar o suicídio, segundo a pesquisadora, estão o histórico familiar, pessimismo, pobreza, idéias ou fantasias suicidas, luto, elaboração de testamento, desemprego, ruptura de relação afetiva, ser solteiro, isolamento social, problemas legais e dependência química.
“Alguns estudos internacionais apontam que a dependência de álcool e ou drogas aumenta o risco de suicídio em até 50%”, afirma.
Fonte: Diário do Grande ABC