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A depressão, como a dependência de álcool e outras drogas, é uma doença resultante de uma série de fatores biológicos, psicológicos e sociais. E não é raro que as duas estejam ligadas. A depressão é uma alteração do humor na forma de tristeza profunda, é a vivencia da dor profunda da angústia, da sensação da falta de vontade, da vontade de desistir de tudo, inclusive da vida; ela induz à diminuição da estima por si.
Sem que seja percebida claramente, a depressão vai se instalando gradativamente. Torna-se forte e predominante, fazendo com que a pessoa não perceba seu próprio valor e importância, levando-a cada vez mais a excluir-se da própria vida e das relações interpessoais.
Há uma incapacidade de sentir prazer e instala-se uma indiferença em relação a outras pessoas, perdendo a esperança que algo possa melhorar; é como se não houvesse mais um sentido pela vida.
Por exemplo: as atividades normais do dia-a-dia passam a não ter importância e o indivíduo passa a encarar até as tarefas mais simples como se fossem um grande esforço.
Podemos perceber a presença da depressão se prestarmos atenção em alguns sintomas tanto psíquicos quanto físicos. Sintomas psíquicos: sentimento de tristeza profunda, desesperança, sentimento de culpa, dificuldade de tomada de decisão e de concentração, perda do interesse ou prazer. Sintomas físicos: alterações do apetite ou peso, alterações do sono, náuseas, sensação de opressão no peito, sensação de nó na garganta, dor no peito, entre outros.
É válido ressaltar que a pessoa pode ter reações ou crises depressivas em determinados momentos circunstanciais. Mas isso não quer dizer que esteja doente. Por exemplo, no caso da morte de um ente querido: é natural uma crise que dure até 20 dias. Se passar disso, é importante procurar ajuda especializada.
Com minha experiência no tratamento de dependência química, posso afirmar que muitos dos pacientes deram início ao uso de álcool e outras drogas devido à depressão. Na maioria dos casos usam substâncias químicas para aliviar ou fazer desaparecer os sintomas da depressão. Portanto, afirmamos que a depressão pode ser uma comorbidade associada à dependência química.
O tratamento para a depressão inclui principalmente a psicoterapia, com o uso de medicamentos específicos e prescritos por profissionais.
No campo da psicologia, tratamos a depressão e a dependência química com a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), com sessões estruturadas, facilitando o entendimento do paciente de seus comportamentos e pensamentos disfuncionais. Esta técnica tem nos mostrado a evolução e a eficácia nos casos, com bons resultados no tratamento.
A autora é psicóloga, atua no tratamento ambulatorial de alcoolismo e dependência química na
Clínica Terapêutica Viva