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Pesquisadores da Universidade de Michigan Health System, nos Estados Unidos, descobriram uma nova ligação entre as variações genéticas associadas com o alcoolismo, ao comportamento impulsivo e a uma região do cérebro envolvida na ansiedade.
Resultados indicam que as variações no gene GABRA2 contribuem para o risco de alcoolismo, influenciando comportamentos impulsivos, pelo menos em parte, através de uma porção do córtex cerebral denominada ínsula.
O estudo incluiu 449 pessoas, que vieram de 173 famílias – 129 dos quais tinham pelo menos um membro diagnosticado com dependência de álcool. Aqueles com certas variações do gene GABRA2 eram mais prováveis de ter sintomas de dependência de álcool e medidas maiores de impulsividade em resposta ao sofrimento. Associações mais fortes foram encontradas em mulheres do que em homens.
Os pesquisadores também usaram imagens de ressonância magnética funcional (fMRI) para observar as mudanças do fluxo sanguíneo nos cérebros de 44 adultos jovens dessas famílias quando eles realizaram uma tarefa na qual eles antecipavam o ganho ou a perda de dinheiro.
“A neuroimagem nos permitiu ver pela primeira vez como essas variações genéticas criam diferenças em como o cérebro reage em determinadas situações”, disse a pesquisadora Maria M. Heitzeg.
Eles descobriram que os indivíduos com uma forma do gene GABRA2 associado ao alcoolismo mostraram significativamente maior ativação na ínsula quando anteciparam recompensas e perdas do que aquelas com outras combinações. Essa maior ativação também foi relacionada com um maior nível de impulsividade em resposta ao sofrimento.
A associação da ínsula com comportamentos de dependência é bem conhecida. Dados anteriores relataram que fumantes que tiveram danos na ínsula devido a um acidente vascular cerebral acharam muito mais fácil largar o cigarro.
“Acreditamos que estes resultados sugerem que GABRA2 exerce uma influência sobre um sistema neural subjacente que impacta fatores de risco precoces e, mais tarde, a dependência do álcool”, disse a autora sênior do estudo, Margit Burmeister. “No futuro, esperamos continuar a analisar os efeitos do ambiente familiar e outros fatores ambientais e comportamentais.”
Os autores ressaltam que os fatores de risco genéticos não atuam sozinhos e simplesmente tê-los descoberto não significa que alguém vai se tornar um alcoólatra.
Fonte: Bibliomed