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Diariamente, 150 mil bêbados ao volante, muitos acidentes decorrem do consumo de bebidas. Dados preliminares de uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde demonstram que, todos os dias, transitam nas ruas das capitais brasileiras 150 mil motoristas embriagados.
São homens que beberam antes de dirigir pelo menos cinco doses de bebidas e mulheres que ingeriram pelo menos quatro doses. Vivemos em uma situação limite. Há uma passividade da sociedade brasileira diante destes delitos.
É “preciso uma atitude mais pró-ativa”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O ministro defende normas mais rígidas para concessão da Carteira Nacional de Habilitação. “Muitas pessoas não têm condições nem mesmo de dirigir patinete”, observou. Entre as medidas possíveis, estaria uma melhor avaliação das condições psicológicas do motorista.
Ele também diz ser favorável à ampliação das penas de multa para motoristas reincidentes, equivalente ao valor do carro, como está e estudo por um grupo de trabalho no Ministério da Justiça. “Tudo o que fizer o motorista ser mais responsável, eu defendo”.
O ministro reconheceu que as duas medidas anunciadas ontem pelo governo para reduzir o consumo excessivo de álcool dependem de apoio da população.
O “Diário Oficial” da União publicou Medida Provisória proibindo a venda de bebidas alcoólicas ao longo das rodovias federais.
O governo também enviou ao Congresso um projeto de lei alterando a classificação de bebidas alcoólicas para efeito de propaganda. “Estas são as minhas prioridades para 2008. Vou trabalhar no Congresso para aprovação das duas propostas”, disse. Em São Paulo uma lei semelhante já proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas rodovias está em vigor. A lei nunca foi aplicada de forma adequada.
“Para pegar, é preciso que a população também reconheça a necessidade da medida, respeite a proibição. E que haja boa fiscalização”, completou. Temporão defendeu ainda a proibição da venda de bebidas em postos de gasolina. “Este tem de ser o próximo passo. A violência no trânsito é uma verdadeira epidemia, que tem de ser combatida com todos instrumentos possíveis”.
Feita por telefone, a pesquisa detectou também um aumento expressivo da população que bebe de forma abusiva. Edição da mesma pesquisa em 2006 demonstrava que 16,1% bebia de forma exagerada. Em 2007, a população com este mesmo perfil subiu para 17,5%.
“É um número preocupante. Precisamos trabalhar de forma intensa, com medidas de redução de danos, de prevenção, para reduzir esse tipo de comportamento”.
Fonte: Tribuna da Imprensa-RJ