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Muita gente tem bebido mais na quarentena. Apesar de parecer inofensivo, o hábito pode ser desastroso para a saúde física e mental
Uma taça de vinho e uma latinha de cerveja não fazem mal à ninguém, certo? Nem sempre. O sentimento de esgotamento se tornou um expoente do isolamento social e, como refúgio, 24% dos brasileiros aumentaram o consumo de bebidas alcoólicas desde o início da pandemia. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Unicamp em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.
Apesar de muita gente tratar o assunto com naturalidade, ele é preocupante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool causa problemas a 10% da população mundial.
O britânico Simon Chapple, autor do livro The Sober Survival Guide (ou Guia de Sobrevivência Sóbrio, em tradução para o português), é ex-alcoólatra e viu sua vida virar de pernas para o ar por causa do vício.
Em entrevista ao The Sun, o palestrante afirmou que, às vezes, é difícil reconhecer o alcoolismo ou o consumo desenfreado. Como esse é o primeiro passo para solucionar o problema, ele elenca 10 sinais que podem ajudar a identificar excessos:
1. Sua vida gira em torno da bebida
Prestar atenção na frequência com que queremos beber e em como esse hábito influencia no trabalho e vida social é fundamental. Se você está frequentemente colocando a bebida no centro de tudo que faz ou se a ideia de passar uns dias sem beber te causa pavor, cuidado. Talvez seja hora de reavaliar sua relação com o álcool.
2. Você costuma se arrepender do seu comportamento
“O álcool pode nos levar a fazer coisas das quais lamentamos. Episódios constrangedores e relacionamentos prejudiciais por causa da bebida, por exemplo, são alertas de que algo pode precisar mudar”, avalia Simon.
3. Perda de memória
Não se lembrar do que aconteceu no dia anterior também é um sinal de que a o hábito ficou fora de controle. “‘Apagões’ podem ser uma experiência assustadora, acabamos esquecendo grandes partes da noite e podemos nos deixar em uma posição vulnerável e arriscada”, diz o coach.
4. Acredita apenas no que quer ouvir
Outro indício, segundo Simon, é chamado de viés de confirmação. Trata-se de um comportamento nocivo, que motiva as pessoas a evitarem informações sobre os perigos do álcool e focarem apenas nos benefícios da vida boêmia. Racionalmente, sabemos que ela tem prós e contras e, por isso, é preciso equilibrar seu consumo.
5. Deixa de lado responsabilidades
Simon alerta que um sinal claro do alcoolismo é quando a bebida costuma ser mais importante que compromissos de casa, do trabalho e da família.
“Se o preço a pagar por beber está entre as coisas mais importantes da sua vida, é hora de enfrentar o problema e procurar ajuda”, aconselha.
6. Beber para relaxar, sentir-se confiante ou se divertir
Tomar uns bons drinques pode ser revigorante, mas transformar o hábito em condicionante para se sentir relaxado, feliz ou confiante também é uma forma de distorcer a função da bebida no nosso dia a dia.
7. Tomar um porre sozinho ou à luz do dia
Tomar um porre por conta própria ou durante o dia também é um sinal de que o problema saiu do controle.
8. Exceder os limites de consumo seguro
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o limite de consumo de 30g de álcool por dia em pessoas saudáveis, quantidade segura para não causar danos ao organismo. É bom saber que uma latinha de cerveja é igual a 17g; um copo de chope, 10g; uma taça de vinho, 10g; e uma dose de uísque ou vodca, 25g.
Nos fins de semana, é normal exceder um pouco. Mas pense em como pode ser nocivo ultrapassar esse limite frequentemente, em vários dias da semana.
9. Esconder álcool
Se você sente necessidade de negar, mentir e até esconder garrafas em casa, é porque você já tem um problema para contornar. “Isso ocorre quando encaramos uma verdade desconfortável”, afirma.
10. Mau humor e consumo “não intencional”
Por último, Simon diz que sentir-se excessivamente frustrado por não poder beber e ficar embriagado com frequência, mesmo quando a intenção era não ingerir álcool, também são sinais preocupantes.
Para solucionar o problema, o especialista defende que o primeiro passo é ser honesto consigo mesmo e admitir o alcoolismo. Depois, é importante buscar ajuda especializada.
Fonte: Metrópoles