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Um grupo de cientistas da Universidade de Sussex, na Inglaterra, revelou que o álcool facilita a criação de memórias para eventos emocionais – na maior parte positivos – vividos antes da intoxicação e prejudica a criação de memórias para eventos emocionais – muitas vezes negativos – ocorridos depois do consumo abusivo de bebidas.
A psicóloga Dora Duka, que liderou o estudo, acredita que esse fenômeno pode levar as pessoas a acreditar mais nos efeitos positivos do álcool em vez de perceber suas desvantagens, contribuindo para o desenvolvimento do alcoolismo.
“Os efeitos do álcool no humor são conhecidos por contribuir para o seu uso e abuso. Mas se sabe muito menos sobre como os efeitos do álcool na memória e no controle inibitório contribuem para que o álcool seja uma droga que vicia,” disse Duka.
“Os efeitos do álcool na memória podem ser um fator no desenvolvimento do alcoolismo,” completou.
Os pesquisadores compararam a habilidade de voluntários de se lembrar de uma série de imagens depois do consumo de bebidas não-alcoólicas ou de bebidas alcoólicas.
Eles descobriram que o álcool aumentava a memória para imagens vistas antes de beber e deteriorava a memória para imagens vistas depois.
“Não está claro como o álcool muda a maneira como as memórias são formadas, mas pode estar alterando os neurotransmissores que formam as memórias”, disse Duka.
Os resultados foram apresentados durante o Festival da Associação Britânica para o Avanço da Ciência realizado neste ano em Liverpool.
Os pesquisadores da Universidade de Sussex também descobriram que o álcool pode danificar a capacidade das pessoas de formar seu julgamento sobre uma determinada situação.