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A Lei 11.705, apelidada de Lei Seca, entrou em vigor no dia 20 de junho e já conseguiu diminuir o número de acidentes de trânsito, segundo divulgou o Ministério da Saúde.
Entretanto, policiais rodoviários federais e especialistas em trânsito acreditam que o álcool não é o principal motivo dos acidentes.
Ontem dia 20 de Julho completou um mês a Lei Seca que já diminuiu bastante o numero acidentes.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) indicou uma queda de 24% no número de resgates em 14 dos 144 postos do país. O levantamento preliminar cobriu em torno de 25,3 milhões de pessoas. A maior queda dos resgates, com 47%, ocorreu em Niterói, onde vivem 1,8 milhão de pessoas. Em Brasília, com uma população de 2,5 milhões de habitantes, a redução foi de 40%. Em Porto Alegre, a queda foi de 35% em uma região com 1,4 milhão de pessoas.
“Essa curva de redução acontece porque cerca de 30% do volume de atendimentos do Samu é decorrente de acidentes envolvendo traumas. Desse percentual, a maior parte é de ocorrências de trânsito e, no Brasil, 50% dos acidentes de trânsito tem relação com bebidas alcoólicas. Existe, portanto, uma relação direta entre a lei seca e a redução do número de atendimentos do Samu”, afirmou Cloer Vescia, coordenador geral de urgências e emergências do Ministério da Saúde.
Todavia, o diretor do Centro de Psicologia Aplicada ao Trânsito (Cepat), Salomão Rabinovich, acredita que o álcool é apenas um dentre vários fatores que geram acidentes no trânsito, como as drogas ilegais, drogas farmacêuticas, os distúrbios de sono e problemas de personalidade. Segundo relatório da Polícia Rodoviária Federal em 2007, a principal causa dos acidentes nas rodovias brasileiras foi a imprudência.
A pesquisa ainda mostrou que 80,75% dos acidentes aconteceram em pistas em bom estado de conservação, 71,4% em retas, 53,6% durante o dia e 63% com tempo seco. Dos motoristas que se envolveram em ocorrências de trânsito, um terço reconheceu que não prestou atenção ao que estavam fazendo no momento do acidente.
Rabinovich acredita que, se os motoristas melhorarem a postura dentro do carro, as rodovias ficarão mais seguras. “É preciso fazer uma revolução cultural. Vivemos a pior crise moral e de credibilidade nos últimos anos. A lei seca precisa funcionar para valer, com fiscalização constante e em todos os cantos do país. Difícil vai ser conseguir ver isso”, observou o psicólogo.
O levantamento do primeiro mês da nova lei de trânsito no país será divulgado em agosto pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Sidney Rezende