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A comunidade internacional pediu à Organização Mundial de Saúde (OMS) que apresente no prazo de dois anos um plano mundial de ação para reduzir os efeitos negativos do consumo do álcool, que está relacionado com 3,7% das mortes que acontecem a cada ano no mundo.
Os 193 países-membros da OMS adotaram no dia 21 de maio em Genebra na 60ª Assembléia Mundial de Saúde uma resolução que estabelecem as bases para iniciar a batalha contra um hábito responsável pela morte de 2,3 milhões de pessoas por ano.
O texto ratificado na última jornada da Assembléia pede à OMS que “reforce e intensifique seus trabalhos de elaboração e aplicação mundial e regional de estratégias e planos para definir conceitos, indicadores e métodos de aferimento uniformes, a fim de avaliar as conseqüências adversas do uso nocivo do álcool para a saúde”.
Também pede que dê apoio técnico aos Estados que o solicitarem para reduzir os problemas de saúde pública causados pelo álcool, levando em conta “a gama completa de conseqüências sanitárias, sociais e econômicas” de seu consumo.
O objetivo final é que a Direção Geral da OMS apresente na 62ª Assembléia Mundial da Saúde, que será realizada em maio de 2009, um “projeto de estratégia mundial para a redução dos problemas de saúde pública causados pelo uso nocivo do álcool”, que deverá ser baseado em evidências e nas melhores práticas observadas.
Também vai pedir que colabore com os países e organizações intergovernamentais, assim como com profissionais da saúde, ONGs e outras partes interessadas, a fim de promover a aplicação de políticas e programas eficazes para reduzir o uso nocivo do álcool.
Outro pedido é que a OMS continue com a organização de reuniões consultivas abertas com representantes dos setores industriais, agrícola e comercial para limitar as repercussões de seu consumo nocivo.
Segundo os dados da organização, o álcool é o terceiro maior fator de risco tanto de morte como de incapacidade na Europa, embora entre os jovens já tenha se transformado no primeiro, com 55.000 mortes ao ano de pessoas entre 15 e 29 anos, especialmente devido aos acidentes de trânsito.
No mundo todo, é o quinto fator de morte prematura e de incapacidade e provoca 4,4% da carga mundial de morbidade, já que até 60 doenças são associadas a seu consumo .
Além disso, seu consumo esteve relacionado com 6,1% das mortes de homens ocorridas no mundo todo em 2002, uma percentagem que entre as mulheres foi de 1,1%, o que representa uma média para ambos os sexos de 3,7%.
O efeito nocivo do álcool tem uma relação especial com os transtornos neuropsiquiátricos (entre eles o alcoolismo), que chegam a 34,3% das doenças e mortes ligadas ao hábito.
Seguem os traumatismos involuntários como os associados aos acidentes de trânsito, queimaduras, afogamentos e quedas (25,5%); os propositais como o suicídio (11%); a cirrose hepática (10,2%), as doenças cardiovasculares (9,8%) e o câncer (9%).
Se forem consideradas apenas as mortes, as três categorias principais correspondem a traumatismos involuntários (25%), doenças cardiovasculares (22%) e câncer (20%).
Além disso, o relatório da OMS defende que em muitas doenças, entre elas o câncer de mama, o risco aumenta em função da quantidade de álcool consumido, ao tempo que “a acumulação de indícios sugere uma relação entre o consumo e doenças infecciosas tais como a AIDS e a tuberculose, embora essa relação ainda precise ser demonstrada e quantificada”.
A OMS calcula que em 2002 o custo conjunto do consumo nocivo de álcool chegou a US$ 665 bilhões.
Fonte: UOL