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Pesquisadores afirmam que universitários estão menos propensos a ter problemas com o álcool ou a adotar comportamentos perigosos quando têm a vida social monitorada pelos pais.
O nível de monitoramento está associado ao estilo de educação recebido pelos pais, sendo que a ligação é mais forte entre filho e mãe e filha e pai. Estas informações são dos autores do estudo, publicado na edição de março do periódico americano “Journal of Studies on Alcohol and Drugs”.
“Apesar do excesso de pesquisas que mostram que o baixo monitoramento por parte dos pais contribui para os comportamentos arriscados, existem pouquíssimos estudos sobre os efeitos do monitoramento por parte do pai e da mãe separadamente”, disse Julie A. Patock-Peckham, professora de psicologia e neurociência da Baylor University e autora do estudo.
A equipe de pesquisa entrevistou 581 alunos da Universidade de Ciências e Tecnologia do Missouri e da Universidade Estadual de San Diego sobre o estilo de educação recebida pelo pai e pela mãe, separadamente – e também sobre o conhecimento dos pais sobre a vida social dos filhos. Eles também foram questionados quanto a problemas relacionados ao álcool e a comportamentos impulsivos.
Os pais foram classificados em três categorias: autoritários (caracterizados pela ênfase em regras e obediência, falta de diálogo), impositivos (com perfil de dar regras e instruções claras, mas com diálogos abertos) ou permissivos (aqueles com comportamento mais de amigo do que de pai).
“Nossa expectativa era de que o monitoramento fosse mais intenso em um ambiente de regras. Mas, de acordo com o estudo, regras severas em casa não significam que os pais realmente saibam sobre a vida social dos filhos”, explicou Julie.
Segundo a equipe de pesquisa, um nível mais alto de monitoramento por parte do pai em relação ao filho e da mãe em relação à filha pode reduzir indiretamente os problemas com o álcool entre os universitários, colocando freios em comportamentos impulsivos. “É amplamente sabido que pessoas mais impulsivas estão mais propensas a enfrentar problemas com o álcool por terem mais dificuldades de autocontrole em relação à bebida”, observou a pesquisadora.
Ainda não estão claras as razões da influência do gênero oposto. “Como a descoberta é realmente recente, estamos ainda no campo da especulação. Mas acredito que existe alguma ligação com o processo de socialização transmitido de uma geração para a outra. Talvez isso esteja associado à compreensão de como os membros do sexo oposto enxergam e valorizam certos comportamentos”, disse Julie.
Fonte: Correio do Estado