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Advogado e candidato a deputado estadual pela Rede diz que Bruno Covas repete Doria ao tratar a dependência química como problema migratório
A imprensa de São Paulo noticiou que a gestão do prefeito Bruno Covas pretende mudar o endereço da Cracolândia: da região central para a Zona Norte – nas proximidades do Shopping D, na marginal, e da rodoviária do Tietê.
Para atrair os dependentes químicos, segundo o noticiário, a Prefeitura iniciou por conta própria, sem consultar ninguém, a construção de uma nova tenda que vai oferecer acolhimento e serviços de higiene, alimentação e pernoite aos dependentes.
A medida faz parte do programa Atende, voltado para pessoas dependentes em crack, iniciado na gestão João Doria e continuado pelo sucessor Bruno Covas.
Paulo Leme Filho avalia que a possível transferência dos serviços de atendimento aos dependentes para a ZN, sem ouvir a sociedade e as pessoas que acompanham o problema diariamente, é uma nova prova da incapacidade da administração do PSDB de humanizar os procedimentos na questão da dependência química.
O advogado recorda a midiática operação policial, em maio de 2017, na gestão Doria, para desocupar a Cracolândia. “Na época, as manchetes foram: Doria diz que a Cracolândia acabou. Mentira. Ela, na verdade, se espalhou na cidade”, diz ele.
Paulo Leme Filho reforça que a gestão tucana, nos dois casos, toma medidas sem considerar a realidade das pessoas. “A dependência química é uma doença. Não pode ser tratada com um problema migratório. Despejar ou deslocar pessoas não é o caminho correto para salvar vidas”, defende o advogado.