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Dos motoristas e motociclistas que morreram em acidentes de trânsito na capital paulista, 45% tinham consumido bebidas alcoólicas. Entre os condutores de carros, o índice de alcoolizados é ainda maior e chega a 56,6% das ocorrências.
Já nas colisões com motos, foi constatado que 39,8% dos que dirigiam haviam ingerido alguma quantidade de álcool antes de morrer. Os dados foram divulgados ontem e fazem parte de pesquisa inédita da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Na pesquisa estão sendo analisados 908 laudos do Instituto Médico-Legal (IML), referentes a acidentes de trânsito de 2005. Nessa primeira fase, que levou às conclusões acima, foi verificada a concentração alcoólica em 312 laudos: de 116 motoristas de carros e de 196 motociclistas. Os outros laudos tratam de vítimas como pedestres, pessoas na garupa da moto e outros ocupantes do carro. O estudo completo será apresentado no ano que vem.
“Essas são as primeiras conclusões identificadas, com base no cruzamento de informações do IML e também da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET)”, afirma Júlio de Carvalho Ponce, autor da pesquisa feita pelo Departamento de Medicina Legal da USP.
“Já identificamos que, entre os condutores de automóveis que tinham consumido bebida, 100% ingeriram quantidade acima do que prevê a legislação (0,6g/l). Nos acidentes com motos em que aparece o álcool, 91% infringiram a lei.”
Em média, os condutores apresentaram concentração alcoólica de 1,7g/l – quase duas vezes maior do que o permitido pela lei. A polícia promete apertar o cerco contra os motoristas alcoolizados. A partir de hoje, médicos do Hospital das Clínicas vão capacitar policiais militares e rodoviários para que possam identificar condutores bêbados, ainda que se recusem a passar pelo bafômetro.
Fonte: O Estado de São Paulo