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Depois de mais de dois anos de consumo de bebida alcoólica diária, o estudante Gabriel Santi, 24 anos, de São Caetano, está enfrentando os primeiros problemas pelo uso abusivo de álcool.
“Estou com suspeita de hepatite alcoólica devido à bebida e hábitos alimentares.” Agora, por recomendações médicas, bebe esporadicamente e em pequenas quantidades.
“Me alimento melhor agora e já emagreci cinco quilos desde que parei de beber tanto”, diz.
O estudante conta que foi reprovado em três matérias na faculdade e assume que o uso abusivo do álcool colaborou para isso. “O bar se torna um ambiente aconchegante, pois conhecemos o dono, os garçons e famílias. Sinto vontade de beber, mas é controlável”.
A endocrinologista Sílvia Ghitto Abdian, de São Bernardo, realiza o tratamento de Santi e afirma que o paciente apresenta indícios de inflamação no fígado, com grande probabilidade de estar relacionada ao álcool. “O que preocupa é que o Gabriel não é um caso raro.
O número de jovens com problemas de saúde relacionados com a bebida tem crescido muito”, afirma. A médica fala que os jovens se acham indestrutíveis e não percebem os sintomas físicos. “Com o uso abusivo do álcool, começam a faltar vitaminas e proteínas fundamentais. A bebida leva a hábitos alimentares ruins, o que piora a saúde.”
Sílvia alerta que a chance de recuperação pode ser 100% satisfatória nos jovens, mas, depois de um tempo, torna-se irreversível. “Vejo uma geração apresentando sintomas que não são propícios à idade.”
Beber em excesso faz com que ocorra desinibição, diminuição da atenção, da capacidade de julgamento, da coordenação motora, agressividade e compromete os pensamentos. “Beber para se intoxicar é mais comum entre os jovens. O termo bêbado não é o mais correto. O que interessa é o uso problemático e nocivo do álcool”, diz a psicóloga da Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) Ilana Pinsky.
Fonte: Diário do Grande ABC