Tempo de leitura: menos de 1 minuto
A lei passou a punir quem dirige após tomar bebida alcoólica, mas muitas pessoas que bebem relutam em admitir que o álcool altera reflexos e comportamentos.
A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, em suas ações de prevenção, costuma aplicar testes para verificar o risco de dependência.
Um levantamento do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), órgão da pasta, realizado na cidade de São Paulo ao longo de 2007, mostrou que 40% das pessoas que consomem bebidas alcoólicas podem ter algum tipo de dependência, mesmo sem saber ou admitir.
Os dados foram coletados em ações de orientação e prevenção ao uso de substâncias psicoativas realizadas em locais como Parque da Luz, Páteo do Colégio e Avenida Paulista. Profissionais do Cratod aplicaram o teste Assist (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening), de padrão internacional, que permite verificar se a pessoa precisa de algum tipo de orientação ou encaminhamento em relação ao consumo de álcool (cerveja, vinho, champagne, licor, pinga uísque, vodca, vermutes, caninha, rum, tequila, gin).
Das 250 pessoas que disseram já ter feito uso de bebidas alcoólicas, 100 foram avaliadas como dependentes em potencial, das quais 47 receberam orientações gerais sobre os riscos do consumo excessivo de álcool e 53 foram encaminhadas para serviços gratuitos de tratamento a alcoólatras.
Além disso, 27,2% dos que consumiram bebida alcoólica já tentaram alguma vez diminuir o uso e não conseguiram. Entre os entrevistados, 29,2% disseram que o consumo de álcool já resultou em algum problema de saúde, social, legal ou financeiro.
E 34,4% informaram que parentes ou amigos já se mostraram preocupados com o uso de bebidas pelos entrevistados.
– A bebida alcoólica é socialmente mais aceita, mas não deixa de ser perigosa. A cerveja da happy-hour todos os dias, a pinga adocicada nas baladas e o uísque nos fins de semana podem trazer sérios prejuízos à saúde, além de aumentar o risco de acidentes – afirma a diretora do Cratod, Luizemir Lago.
Fonte: O Globo