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Duas experiências relacionadas ao alcoolismo nos Estados Unidos conseguiram reduzir o desejo de beber, de acordo com anúncio dos pesquisadores.
As pesquisas, publicadas nas revistas científicas “Archives of Internal Medicine” e “Proceedings of the National Academy of Sciences”, são baseadas no uso das substâncias topiramato e uma proteína conhecida pela sigla GDNF, respectivamente.
O estudo com topiramato revelou que a droga, usada no tratamento de epilepsia, melhorou a saúde geral e reduziu o desejo de beber dos voluntários – embora seus efeitos colaterais preocupem especialistas.
No segundo estudo, ratos que tiveram a proteína GDNF injetada em seus cérebros deixaram de consumir álcool quase imediatamente.
Topiramato
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Virginia analisou os resultados de um estudo nacional feito com 371 alcoólatras. Uma parte do grupo recebeu topiramato, e a outra, um placebo.
Após 14 semanas, os que ingeriram topiramato não apenas apresentavam menos pensamentos obsessivos e compulsão para beber álcool, mas também mostraram uma melhoria geral na saúde.
O peso, a pressão sangüínea e os índices de colesterol dos voluntários que ingeriram o topiramato caíram. Também diminuíram os níveis de enzimas do fígado associadas à cirrose.
“O que o topiramato oferece aos dependentes de álcool é um futuro com melhor saúde e qualidade de vida”, diz o coordenador do estudo, Bankole Johnson.
Ao comentar a pesquisa, o especialista britânico em psiquiatria do vício Jonathan Chick, do Royal Edinburgh Hospital, disse que os resultados são positivos, especialmente os dados que mostram melhoria na saúde.
“O que o topiramato oferece aos dependentes de álcool é um futuro com melhor saúde e qualidade de vida”, diz o coordenador do estudo, Bankole Johnson.
Ao comentar a pesquisa, o especialista britânico em psiquiatria do vício Jonathan Chick, do Royal Edinburgh Hospital, disse que os resultados são positivos, especialmente os dados que mostram melhoria na saúde.
GDNF
No outro estudo, noticiado pela revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”, pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Francisco injetaram a proteína GDNF, produzida pelo cérebro, no cérebro de ratos.
A proteína foi injetada na área tegmental ventral do cérebro dos ratos, região que estaria associada ao consumo de drogas.
Em uma primeira fase do estudo, que durou dois meses, os animais foram treinados a acionar uma alavanca para ingerir álcool.
Na segunda fase, a substância GDNF foi injetada em seus cérebros. Os ratos deixaram de procurar álcool quase imediatamente – em alguns casos, dez minutos após a injeção. Segundo os especialistas, o efeito da GDNF durou pelo menos três horas.
Recaída
O estudo com a GDNF sugere também que outros impulsos de buscar prazer, como o desejo de consumir água com açúcar, não foram afetados pela substância.
Para testar os riscos de recaída, o estudo suspendeu o suprimento de álcool por um período – simulando tratamentos oferecidos em clínicas para viciados.
Quando o álcool voltou a ser oferecido, os ratos voltaram a consumi-lo, mas desistiram rapidamente quando receberam novas injeções de GDNF.
“Nossos resultados abrem as portas para uma nova e promissora estratégia de combate ao abuso no consumo de álcool, vício e recaídas”, diz o coordenador do estudo, Dorit Ron.
Ao comentar a segunda pesquisa, o especialista Jonathan Chick diz que já houve várias tentativas de interferir diretamente nos processos cerebrais envolvidos no controle do desejo de consumir álcool.
Mas, segundo o especialista, a dificuldade tem sido repetir os resultados obtidos em animais em testes com humanos.
Fonte: Ciência e Saúde